Queridos e Queridas,
Estou ficando meio viciada em postar capítulos do meu livro aqui para vocês (Haha)! Então aqui vai mais um, junto com muitos pensamentos positivos (isso foi um médico que disse pra mim. Eu com crise renal e ele disse: vamos só ter pensamento positivo! - Vocês acreditam?? Como se uma pessoa em uma situação como essa conseguisse pensar!! Mas, voltando...) de que a leitura alcance um lugar bem especial no coração de vocês, e que vocês curtam tanto quanto eu. Não posso dizer se vou continuar postando por que estou aguardando a conclusão do processo de registro na Biblioteca Nacional, então, pode ser que eu envie a uma editora e não possa mais postar aqui. De qualquer maneira, vamos torcer por mim, né? Quem sabe além de uma blogueira feliz eu me torne uma escritora super-mega-ultra feliz e realizada?
Boa leitura =)
Três
Cheguei
em casa por volta das vinte horas. Muito cansada, sem fome, e com dor de cabeça,
que aumentou assim que encontrei uma Laura feroz como uma onça enjaulada. O que
me tirou toda a esperança de descansar desse dia... eu diria: traumático.
-
Por que você não me contou? – ela me fuzilou assim que fechei a porta atrás de
mim.
- Oi!
Contei o quê? Não era pra você estar na academia? – Joguei minha bolsa no sofá
e fiz o mesmo com meu corpo.
-
Você não me contou do homem que conheceu ontem... Me deixou passar o almoço
inteiro tagarelando sobre a minha noite maravilhosa e não falou nada. Você ia
esconder isso de mim, Kathy?
Minha
amiga desabou no sofá ao meu lado, com uma expressão um pouco mais compreensiva
do que quando eu cheguei.
-
Você estava empolgada demais falando do seu bad
boy, e eu não quis estragar sua alegria falando de uma coisa que não
significou nada, nem tão pouco vai voltar a acontecer. Aliás, qual das duas discretas
te contou? – Me referi a Mia e Clair, que sabiam de cada detalhe do “encontro”.
-
Nenhuma das duas...
Ela
apontou para um lado da nossa sala onde havia uma mesinha de canto. E onde agora
também havia um enorme buquê de flores laranjas.
-
Chegou pra você. E como eu sei que flores laranjas representam desejo, eu logo
me senti traída pela minha melhor amiga.
Meu
coração quase saltou do peito
- Não
tinha nome no envelope do cartão, então abri pensando que eram pra mim, já que você não tinha falado nada.
-
Não acredito nisso... – Pensei alto, levantando quase com um pulo e indo até a
mesinha ver o buquê e pegar o cartão, sentindo uma estranha empolgação direcionar
meus passos.
Assim
que cheguei perto das belíssimas flores, uma mistura de ódio e desejo se
apossou de mim. Desejo por perceber que ele não desistira de nós, e ódio por
perceber que ele sabia onde eu morava. Merda!
Onde aquilo ia parar? Lampejos de consciência surgiram rápido e eu achei uma
boa ideia ir à polícia prestar queixa por estar sendo perseguida pelo homem
mais lindo e sexy que já conheci. Será que o delegado abriria um B.O.?
Devaneios
à parte, fui obrigada a observar como as flores eram magníficas. E só em sentir
o cheiro delas preenchendo o ambiente, transformei-o de maluco perseguidor para
um homem curioso e esperto demais. Antes de abrir, toquei-o com cuidado e
trouxe para perto do rosto, tentar sentir se havia um pouco do seu cheiro no
pequeno envelope champanhe. Como eu
poderia resistir?
Srta.
Williams,
Sinto
muito por todos os acontecimentos de hoje.
Não
me puna. E me ligue.
Noah
Helstin
- Droga!
Rosnei
diante daquele cartão. Aquele momento era a síntese de como todos os meus
sentimentos estavam postos à prova. Pois, ao invés de achar loucura que um
completo estranho soubesse tanto ao meu respeito, eu só desejava que ele nunca
mais saísse de perto de mim.
- O
que foi? Não gostou?
- Faz
tempo que essas flores chegaram?
- Não,
chegaram a uns 30 minutos mais ou menos. O que está havendo Kathy?
Voltei
a me estirar do sofá, levando comigo uma flor vermelha. Sentia-me mais cansada
ainda, mas precisava conversar com Laura. Precisava de um conselho ou pelo
menos que ela escutasse com atenção toda a minha ladainha.
Contei
toda a história dos nossos “encontros”. Cada vez que eu falava, via os olhos
dela se abrirem ainda mais. Mesmo em todas as paradas que eu fiz para sentir o perfume
da rosa vermelha em minhas mãos, ela permanecia calada e atenciosa, como nunca
a tinha visto. Laura estava mudada.
-
Então estamos nessa... Ele sabe tudo sobre mim, onde eu moro, trabalho, meu
telefone, meu e-mail. E eu estou com medo, ele está me cercando de todos os
lados. Não sei o que fazer Laura. Já pensei em ir à polícia dar queixa.
E pela
primeira vez, desde o início do monólogo, a vi esboçar alguma reação, pois ela
jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada colossal, fazendo todo o ambiente
se reduzir e o sofá vibrar.
-
Kathy, o que você está falando? Você está louca? Faz tanto tempo que você não
sai com ninguém, que você já perdeu a prática! – Outra gargalhada. – Você pensa
tanto no seu trabalho, que quando aparece um homem querendo ter um
relacionamento com você, você fica assim?
-
Laura, não é uma questão simples... Como é que ele descobriu tudo isso de mim?
Até você está correndo risco! Ele é um maníaco perseguidor.
- Não
é não! E você disse que ele é lindo, gostoso, educado, sexy, elegante... hum, o
que mais? Ah, e um empresário bem sucedido. Katheriny está na cara que você
gostou dele.
-
Laura eu já disse eu não quero me envolver com ninguém agora...
Levantei
e fui até a mesinha, onde encaixei a rosa que segurava, o cartão e peguei o
lindo buquê, abraçando-me a ele, na esperança de sentir em algum local o cheiro
inebriante dele.
-
Essa sempre é a sua desculpa, amiga. E eu continuo sem entender porque você
isso, sempre fugindo...
-
Não, Laura. Não é desculpa, ok?
Só
eu e meu coração sabíamos a verdade. Era tudo culpa do Jack. Mas antes de ser
dele, a culpa era minha também. E só de lembrar isso já sentia a raiva e a
mágoa fervilhando dentro de mim.
Jack
entrou na minha vida em um dia muito frio do mês de fevereiro. Havia nevado
durante a noite, mas apesar da camada branca que havia em todos os carros,
asfalto, árvores e telhados, a lanchonete que eu trabalhava com minha mãe
estava aberta e exalando cheiro do café mais conhecido do bairro. E então ele entrou.
Com
um casado pesado e um cachecol escuro foi até o balcão o fez o pedido:
-
Prepare um cappuccino com canela grande pra viagem, por favor.
- Só
um minutinho.
Foram
as primeiras de muitas palavras que trocamos ao longo dos meses. Ele ia quase
todos os dias na lanchonete. E às vezes ia mais de uma vez no mesmo dia.
Conversa com minha e nos presenteava com objetos de pouco valor, mas com muito
significado.
Eu
me sentia alegre quando ele chegava e triste quando dizia até logo. Mas ele não
demorou em pegar meu telefone e constantemente nos falávamos, inclusive de
madrugada.
Até
que ele começou a frequentar a minha casa e me pediu em namoro. Minha mãe e eu
já tínhamos confessado o quanto gostávamos dele e o quanto sua presença nos
deixava felizes. Mas nós não o conhecíamos fora da lanchonete. E por acreditar
em suas palavras, eu mesma cavei a maior decepção da minha vida.
-
Boa noite Laura!
Disse
e fui para o meu quarto. Eu não ganharia nada por continuar relembrando essa
história.
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Demorei
tanto no banho que consegui lavar a minha mente por um bom tempo. Enrolei meu
cabelo com a toalha, vesti um roupão macio e felpudo e sai do banheiro.
Imediatamente senti meu estômago embrulhar. Finalmente a fome havia chegado.
Peguei a escova de cabelo, sai do quarto me penteando, indo até a cozinha
preparar um lanche. No meio do caminho escutei uma risada de Laura vindo da
sala e resolvi ir lá. E para a minha falta de sorte, ela não estava só.
Que belo dia, hein?
Tentei
voltar da forma mais discreta que conseguia, mas ainda assim, o novo namorado
de Laura, que estava deitado em cima dela no sofá, em uma posição proibido-para-menores,
ainda me viu. Droga!
Senti
minhas bochechas queimarem e o vi dar um sorrisinho irônico para mim. Dei um
passo atrás e notei quando ele ergueu uma sobrancelha para mim. Odiei ele. Com essa anotação mental me
virei e sai andando apressada de volta para a cozinha. Minha sorte era que
Laura estava de costas para o corredor, e não me viu. Caso contrário o
constrangimento teria sido maior ainda. E pela cara de safado que ele fizera, tinha
certeza de que ela não ficaria sabendo que os flagrei. Decididamente hoje não é o meu dia.
Fui
até a cozinha, abri a geladeira e peguei uma jarra de suco de limão – para
combinar com meu humor – despejei o líquido em um copo bem grande, peguei alguns
biscoitos no armário e praticamente voei de volta para o quarto, me trancando para
comer e esconder a minha cara de vergonha.
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Acordei
no dia seguinte com o toque do celular em cima da mesinha de cabeceira. Tentei
abrir os olhos e levei um susto por ver que já amanhecera, pois a impressão era
que eu acabara de deitar. Peguei o aparelho e forcei a visão embaçada para
saber quem estava ligando. De madrugada.
- Oi
mãe. – Atendi com uma voz tão rouca que até eu desconheci.
- Oi
filha, estava dormindo? – Sua voz era tão doce que me fizera sentir saudades de
casa.
-
Sim, mas não tem problema. - Olhei para o relógio na parede que marcava oito e
trinta e comecei a esticar o corpo para sentar na cama. - Está tudo bem por ai?
Jackie está bem?
-
Estamos ótimos, querida, e você?
-
Está tudo em paz.
- Sua
irmã me pediu para te ligar. Você sabe que como ela é. Está com saudades...
- Eu
também estou, mãe.
-
Ela tem aprendido muitas coisas legais nesse curso novo. Você tinha que ver
como ela está feliz.
Sorri
lembrando a minha irmã. Ela tinha nascido com uma síndrome que limitava o seu
aprendizado. Ela já tinha vinte anos, mas seu cérebro não memorizava o que ela
aprendia ao longo dos anos. De forma que ela sempre parecia ter a mente de uma
garotinha. Mamãe teve uma gestação complicada, inclusive passando pelo choque
de acordar e ver que o marido havia nos abandonado, quando ela estava com
quatro meses de gestação e eu seis anos de idade. Os médicos dizem que o trauma
não determinou a síndrome de Jaqueline, mas eu sabia que a atitude do meu pai
tinha trazido marcas visíveis e invisíveis para a minha mãe. Isso eu tinha certeza.
Vivíamos
relativamente distante, pois eu não podia ir visita-las sempre que queria,
embora estivéssemos distante pouco mais de duzentos quilômetros. Mas eu me
mantinha presente o quanto podia. Meu salário custeava uma parte das despesas
da casa da minha mãe, e esse novo curso de Jaqueline. Que não era mais do que
uma clínica com profissionais especializados em várias limitações que tratam
paciente e família, buscando promover um dia a dia melhor para ambos.
- E
o trabalho, como vai? Alguma novidade?
Bom, conheci um homem lindo e sexy, que
está me perseguindo tentando sair comigo e eu morro de vontade de sair com ele,
mas não dou o braço a torcer. Fora isso, nenhuma novidade.
- O
trabalho também vai bem. E como sempre, não tenho nenhuma novidade. – Continuei,
dizendo meias verdades. Não podia preocupar minha mãe que estava longe de mim,
e não poderia fazer nada a respeito. – Sua vida com a Jackie é mais empolgante
que a minha, mãe.
Caímos
na risada. Ela sabia que não era completamente verdade, mas também não era
mentira.
Conversamos
mais um pouco sobre diversos assuntos. Algumas fofocas de conhecidos. E ela
sempre voltava a perguntar se eu “estava bem mesmo”. O faro de mamãe não se
engana. Nunca. Mas infelizmente tive que omitir esse lado conturbado da minha
vida pessoal. Já bastava a minha ausência, ela não precisava de mais um motivo
para tirar o seu sono.
- Se
cuide minha filha. Me ligue sempre.
- Tá
bom mamãe. Mande um beijo para Jaqueline. Diga a ela que estou com saudades. E
que em breve irei para nós assistirmos uns filmes juntas.
- Tá
bom, meu amor. Deus te abençoe. – Percebi sua voz um pouco embargada quando me
abençoou antes de desligar.
Levantei
um pouco sonolenta. Olhei mais uma vez para a cama, pensando seriamente em
dormir mais um pouco, mas desisti. Optei por vestir uma roupa de caminhada e
calçar o tênis. Sempre gostei de caminhar aos sábados, já que não dispunha de
muito tempo durante a semana e sofria de preguiça aguda em ter que ir à
academia. Pluguei os fones no Blackberry e os coloquei nos ouvidos saindo do
apartamento da forma mais silenciosa que me era possível. Definitivamente
encontrar com aquele canalha novamente não fazia parte dos meus planos.
Meus
pensamentos estiveram por todo o percurso no Helstin. Meus olhos só viam os
seus lindos olhos azuis. Ver executivos de paletó entrando e saindo de prédios,
só fazia meu coração palpitar ainda mais. Aquilo tudo me dava medo. Medo de me
entregar e depois me arrepender. Medo de perder minha liberdade. E de certa
forma, também tinha medo do que eu podia sentir por ele. E medo do que ele
pudesse esconder de mim. Não aguentaria viver na mentira novamente...
Geralmente
caminhava e corria intercalando as duas ações durante uma hora. Naquele sábado,
por alguma razão, fiz isso durante duas horas e não me senti cansada, pelo
contrário, todo aquele esforço havia sido revigorante. E era o que eu precisava
para colocar os pensamentos em ordem. E o primeiro passo era voltar para casa e
encarar Laura e seu namorado safado
logo de uma vez.
Cheguei
ao prédio mentalmente cansada imaginando a cena que viria seguir. Entrei rapidamente
no elevador que estava se fechando, e subi ao terceiro andar. Quando as portas
se abriram ensaiei os primeiros passos pelo corredor respirando fundo até chegar
à porta do apartamento. Agachei-me para encontrar a chave que havia escondido
embaixo do tapete e foi naquele instante que a porta se abriu, me fazendo cair
de bunda no chão devido ao susto. Para piorar a situação, o namorado de Laura,
estava, mais uma vez, me olhando com o seu sorriso mais irônico e sua expressão
mais safada. Tudo o que eu não queria.
- Ai
Kathy, cuidado!
Laura
falou saindo de trás daquele muro de um metro e oitenta aproximadamente e se
agachou um pouco estendendo a mão para me ajudar a levantar. Apesar de estar bem desconfortável com aquele
par de olhos cretinos passeando por cada parte do meu corpo, esforcei-me a agir
naturalmente. Ela, claramente feliz por aquele momento, se pôs entre nós dois –
Esse é o Raymond. Raymond essa é Katheriny, minha melhor amiga e colega de
apartamento.
-
Olá Kathy, muito prazer. Ouvir falar muito de você... – Raymond ergueu a mão
para me cumprimentar.
- Ham...
– fuzilei Laura com o olhar pensando no que ela havia dito ao meu respeito. Se
ela imaginasse o quanto eu o odiava, provavelmente teria ficado calada. - Oi
Raymond. – Apertei sua mão quase por obrigação e sem encarar seus olhos,
acrescentei antes de passar por ele: – Tchau Raymond.
Entrei
no quarto e corri para o banheiro. Depois de um longo período, Laura bateu na
porta do quarto me chamando. Gritei que estava no banho e logo a cabeça dela
surgiu na porta do banheiro.
-
Está tudo bem Kathy? Você está estranha desde ontem... Eu devo ficar
preocupada?
-
Não Laura, imagina. Está tudo bem. – Menti. – Vamos almoçar no Central Park? Preciso
me distrair um pouco... E imagino que você levantou á pouco tempo.
Uma
gargalhada surgiu de sua garganta acompanhada pelos olhos mais brilhantes que
eu já tinha visto. Ela estava ridiculamente feliz. Vê-la daquele jeito me
deixava contente, mas, algo nele fazia com que eu me sentisse frustrada. Ele
não a merecia. E eu não poderia fazer nada a respeito.
-
Vamos sim, vou tomar um banho rápido.
Ela
saiu antes que eu disse alguma resposta. Pelos passos quase posso dizer que
saiu saltitando pelo quarto. Quando ouvi o click
da porta do quarto, fechei os olhos e afundei um pouco mais na água da
banheira. As espumas dos sais faziam cócegas na minha pele. Aquilo era o mais
próximo de um carinho que eu recebera desde que pedi a Helstin que saísse da
minha vida. Meu cabelo longo boiava, e minha cabeça ficara incrivelmente mais
leve, desde quinta à noite. Desde que eu conhecera o homem mais enigmático e
lindo do mundo.
Voltei
ao quarto e estava terminando de passar perfume quando Laura bateu na porta e
entrou em seguida.
- E
então, vamos? Estou morrendo de fome!
Ela
estava com um vestido longo e florido que davam brilho à sua pele bronzeada, e
usava o cabelo preso por uma trança na lateral da cabeça. Estava linda e
jovial, como quando a conheci. Alguns problemas nos faziam perder o brilho da
juventude, e apesar dela sempre externar alegria, a nossa amizade me permitia
reconhecer quando ela estava triste ou deprimida. O que não acontecia naquele
momento.
-
Chama o taxi enquanto organizo minha bolsa. – segui para o criado-mudo e peguei
alguns itens básicos que precisava levar.
-
Certo, mas não demore. – Ela disse e saiu. Saltitando.
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O Marea
não estava lotado, o que o deixava mais prazeroso ainda, somando-se é claro, à
vista maravilhosa do Central Park, o que sempre fazia nossas refeições
demorarem muito mais que o normal. Depois que almoçamos fomos andar na Quinta
Avenida e fazer algumas compras. Aquele era um dos pontos mais altos de morar
em Manhattan. Nada, jamais, se tornaria cansativo ou obsoleto. Aquela ilha era
incrível e viciante.
Paramos
em várias lojas, inclusive lojas de lingerie. Laura sempre dizia antes de
entrar que precisava comprar peças novas. E eu não pedia mais nenhuma
explicação, bastava olhar para as bochechas rosadas que embelezavam seu rosto.
Por
todo o percurso me dediquei à minha amiga. Ela estava em um ótimo momento e
precisava de alguém que ouvisse suas novidades e sorrisse junto com ela. Mas também
me permiti pensar em Noah. E cada vez que eu lembrava aquela voz rouca e sexy,
daquele toque quente e preciso e daqueles olhos hipnotizantes, sentia-me
tentada a aceitar sair com ele, afinal ele havia me chamado para sair e não pra
casar. Não poderia ser tão difícil. Poderia?
- Eu
vou sair com Ray hoje à noite, que ir conosco Kathy? – Laura perguntou saindo
do seu décimo provador.
-
Sair com você e Raymond? Nem pensar!
Respondi
negando com a cabeça, com as mãos e a fala. Só para não restar dúvida.
- Se
você tivesse aceitado sair com o bonitão, já teria um encontro pra hoje. Amiga
hoje é sábado! Dia de namorar. E você vai ficar em casa, sentada na frente da
TV, ou agarrada com seus livros.
-
Preciso descansar Laura. Peguei uma campanha grande e preciso estar com a mente
limpa. Pensar nele não ajuda, e menos ainda sair com ele.
- Da
pra ver que você está pensando em sair com ele Kathy. Eu te conheço... Sei
quando você está pensando nele. Suas pupilam e você finge ouvir o que eu digo. Aceita logo, você fica se martirizando e
mais cedo ou mais tarde vai aceitar sair com ele. Não sei por que insiste em
tornar as coisas complicadas.
-
Laura, vá comprar suas calcinhas e me deixe aqui, está bem?
Virei-me
e sai procurando qualquer coisa que me afastasse daquele olhar inquisidores de
Laura. Por que ela tinha razão. E isso tornava tudo difícil.
À
noite Laura saiu toda linda e produzida do quarto. Feliz e apaixonada. E aquilo
me incomodava. Não por sua felicidade de vidro, mas por que eu reconhecia um
mau-caráter quando via um, e minha mente se esforçava para refrear minha língua
e não dizer isso a ela. Por que se existisse uma ordem dos maus-caracteres, ele
era o chefe deles.
-
Tem certeza de que não quer ir Kathy?
-
Sim. Certeza absoluta. Divirta-se Laura. Você está linda! E com uma cara de idiota
apaixonada que deveria te dar vergonha.
Sorri
com a careta que ela fez. Nunca a tinha visto assim, e era provável que nem ela
sabia o que era tudo aquilo.
- Então
fique ai, pensando no Bonitão. Estou com o celular, se precisar me ligue.
-
Acho que não vou ligar nem se eu precisar. Não vou atrapalhar sua noite por nada nesse mundo.
-
Você que sabe. – Ela deu de ombros. - Descanse, já que está tão cansada.
Sozinha.
Laura
era amante da vida noturna. Quando eu a acompanhava era a exceção. Aquele
sábado seria apenas mais um, e tecnicamente não seria diferente.
Enquanto
ela se arrumava criei um pequeno itinerário para a minha noite. Primeiro pedir
uma pizza pequena e assistir um filme ou um documentário no Discovery. Depois
acessar a internet e fazer algumas pesquisas e verificar meus e-mails. Por fim,
ler um livro e dormir. Nada que eu não tivesse feito antes.
Eu
só não contava que iria fazer todas essas coisas em tão pouco tempo. Fui para a
cama levando o meu livro. Um romance.
Li vários capítulos, no entanto, para uma boa leitora como eu, sentir-me
entediada era bastante frustrante. Olhei o relógio: onze horas.
-
Sono cadê você?
Resolvi
que me dedicar a minha terapia individual era algo bem promissor para o fim
daquela noite entediante. Sem contar que era minha forma de clarear a mente e
deixar os pensamentos fluírem.
Abri
as portas do armário que havia embaixo da pia do banheiro. Amarrei os cabelos,
peguei o que precisava e vesti minhas luvas de borracha. Só aquilo iria me
ajudar.
Quarenta
minutos depois, eu me sentia mais aliviada. Tudo a minha volta estava brilhando
e absurdamente perfumado. Torneiras, chuveiro, banheira, azulejos, pia, espelho,
sanitário... nada tinha escapado.
Lavar
meu banheiro era sem dúvida, a forma mais efetiva de combater a minha
ansiedade. A sensação era semelhante a fazer uma limpeza na mente, desinfetar os
pensamentos, enxaguar as emoções, ou algo parecido. Nunca entendi muito bem
essa mania que eu tinha, mas, naquela noite aquilo não tinha surtido o efeito
desejado.
Tomei
banho usando todos os cosméticos que poderiam ser combinados. Esfoliei o corpo
como uma louca, até ter a certeza de que não havia nenhuma alma se quer de
qualquer célula morta que um dia esteve na minha pele. Consequentemente, sai
vermelha como um tomate do banheiro. E ainda sentia uma terrível ausência no
peito. Uma inquietação.
Deitei
na cama depois de ter vestido meu pijama de gatinho. Por mais ridículo que
fosse, eu me sentia acolhida e confortável com ele, bem diferente de quando me
vestia com vestidos de seda importada. Quem
nunca teve um pijama favorito?
Dez
minutos depois levantei da cama e procurei o Blackberry, para ver se tinha
alguma ligação perdida. Quando abri a bolsa e peguei o celular, sem perceber, o
cartão que Noah me dera na reunião, veio colado na capa do aparelho e caiu assim
que o tirei do compartimento. Peguei o cartão no chão, sentindo a mesma
vibração que sentia quando estávamos próximos. Olhei-o durante um tempo, admirando
a diagramação e o seu nome lindo posicionado no centro do papel, com uma
caligrafia decididamente máscula. Mas, quando os pensamentos começaram a vagar,
segurei-o nos dois lados para rasgar, mas na primeira fissura, parei. Olhei o
verso, o número do seu celular estava escrito à mão. Como sempre, ficava
impressionada com sua escrita decidida e viril. Como ele todo.
Decidi
guarda-lo para o caso de precisar durante a estruturação do projeto. Por mais que
ele tivesse me dado carta branca, existia uma equipe envolvida que poderia
precisar falar com ele. E também, não poderia tratá-lo diferente dos outros
clientes, só por que ele era ele.
Abri
a bolsa para guarda-lo, mas parei. Em uma mão tinha o celular, na outra o pequeno
papel do mal. Tentação... Encarei o celular, depois o cartão. E o celular
novamente. Não acredito que eu vou fazer
isso...
Deslizei
o polegar na tela do Blackberry e aproximei o papel do mal para olhar o número e comecei a digitá-lo no celular.
Quando conclui, fiquei pensando se realmente ligaria. Deslizei o dedo na tela
novamente e toquei em “Novo Contato”. Escrevi seu nome saboreando cada letra. Aquele
nome combinava com ele em todos os aspectos imagináveis. Noah Helstin. E nos inimagináveis também...
Deixei
o celular em cima do criado-mudo e me deitei novamente.
Doze
e vinte.
Doze
e trinta.
Doze
e trinta e sete.
Droga! Eu não ia conseguir dormir
se eu não ligasse para ele.
Levantei
um pouco analisando a situação. Provavelmente ele estaria ocupado ou dormindo.
Se eu ligasse e desligasse ao segundo toque, tecnicamente minha razão se
convenceria de que eu fiz a minha parte e meu coração me deixaria dormir.
Com
aquela ideia na cabeça sentei-me na cama e peguei o aparelho novamente. Minhas
mãos estavam frias enquanto pesquisava na agenda o seu nome e antes de clicar
em “Chamar” pensei mais um pouco. O que
eu estava fazendo? O som a seguir foi um toque agudo e contínuo, antes do
segundo toque terminar o som foi interrompido.
-
Helstin.
O quê? Ele atendeu... E agora?
- É...
– Pigarreie, que coisa adorável, não? – Sr. Helstin aqui é...
- Katheriny?
Não acredito que você ligou. Me dê só um minuto, por favor.
Do
outro lado, a voz de uma mulher e um barulho parecido com fone do celular sendo
coberto por alguma coisa incomodou o meu ouvido. Ele estava acompanhado... Ai que fora! Eu não deveria ter ligado...
Minha respiração ficou pesada e senti um incômodo nas têmporas, enquanto minha
biles revirava no estômago. Fiquei tão nervosa que acabei clicando duas vezes
na tela e desligando a ligação.
Eu não poderia falar com ele depois
dessa...
Respirei
fundo, aquela tinha sido a pior ideia que poderia ter. Involuntariamente meus
olhos queimaram lacrimejando. Joguei o aparelho em cima da cama ao meu lado, apoiei
os cotovelos nas coxas, abaixando a cabeça apoiando-a em minhas mãos. Eu não
deveria ter ligado para ele. Ele estava com uma mulher... Meu Deus ele estava na cama com ela...
Meus
olhos arderam diante de tamanha vergonha... E só me restou negar que aquela
noite estava realmente acontecendo. Não,
não, não...
Senti
o colchão vibrar. Era o celular. Dei um pulo da cama, como se no lugar de uma
ligação eu tivesse recebido um choque. Olhei a tela: Noah Helstin. Eu não podia
atender. Não depois de ter atrapalhado sua noite. O som irritante do toque da
chamada soou incomodando os meus ouvidos até a ligação cair na caixa postal. Imediatamente
o celular recomeçou a tocar. De novo. E de novo. Ele não ia desistir. Sem nem
pegar no celular direito, para não cair na tentação de atendê-lo, escondi-o debaixo
do travesseiro para abafar o som, mas nada adiantou.
Alguns
segundos de silêncio aquietaram a noite antes de o telefone tocar na sala. Uma
mistura de ódio e medo tomou minha mente. Eu estava sozinha em casa, todos os
cômodos escuros e silenciosos, exceto pela sala. Era tão aterrorizante quanto
imaginar um ladrão tentando arrombar a porta do
quarto, enquanto se está debaixo da cama tentando segurar a respiração e
não fazer barulho. Ele era o ladrão, aquele que sabia tudo sobre mim.
Aproveitei
a chance de colocar o Blackberry no modo silencioso.
Um
homem como ele devia ter qualquer mulher aos seus pés. Qualquer uma exceto eu.
Que não podia ser o que ele queria. Toda a mistura de sentimentos que eu sentia
desde que o vi na boate, me davam certeza de que não seria fácil esquecê-lo. E
sair com ele confirmaria isso.
Vou esquecê-lo...
Repeti esse mantra várias vezes até não ouvir mais o toque do telefone ou a vibração
do celular. Coloquei o aparelho no criado-mudo e cai instantaneamente em um
sono profundo e exaustivo.
Acordei
assustada no meio de um sonho estranho. Com a péssima sensação de estar sendo
observada.
Adormeci
com a janela aberta e meu quarto estava muito frio. Reuni toda a coragem que podia
e levantei para fechá-la. A cidade estava calma lá fora. O oposto do meu
coração. De volta à cama peguei o celular para conferir a hora. Havia seis
chamadas perdidas e uma nova mensagem, que eu não consegui evitar abrir.
Fiquei surpreso com sua ligação, porém mais
surpreso ainda por ter retornado e você não ter me atendido. O que está
acontecendo, Katheriny? Você me liga e ainda me deixa sem respostas. Como eu
faço para desvendar você?
Mil
coisas passaram por minha mente antes de fechar a mensagem. Olhei o relógio,
eram quatro e trinta e cinco da madrugada. Levando em consideração que qualquer
ser humano normal estaria dormindo àquele horário, decidi dar a resposta que
ele buscava. Cliquei em “Responder” e escolhi muito bem as palavras.
Não há o que desvendar Sr.
Helstin. Esse estranhamento deve-se ao fato de eu ser substancialmente
diferente das mulheres que o senhor está acostumado. Desculpe ter ligado em
horário tão impróprio.
Cliquei
em “Enviar” e guardei o celular para voltar a dormir. Relembrei meu mantra de esquecê-lo,
até que um toque de alerta de mensagem surgiu no aparelho.
Aquilo só podia ser
brincadeira... Peguei o celular com uma mão, enquanto
sentia meu coração pulsando na outra, de tanta aflição. Olhei a tela. Era ele.
Finalmente
recebi uma resposta! Eu nunca disse que você era uma mulher igual “às que estou acostumado”. Por que não
atendeu minhas ligações?
Não conseguia digerir aquilo. Àquela hora da
madrugada ele estava acordado... e respondendo às minhas mensagens. Minha razão
estava enlouquecendo com tudo o que vinha dele. Estar com ele era intenso
demais, mas ser o centro de sua atenção às quatro da madrugada era avassalador.
E eu me sentia terrivelmente disposta à brincar.
“Responder”.
Insônia
Sr. Helstin?
Quase
que instantaneamente o sinal de alerta tocou. Sorrio. Aquilo era melhor do que
eu pensava.
Sim. E o
que tira meu sono ainda tem sobrenome: Williams! Conversar com você por
mensagem é mais fácil que pessoalmente. Talvez eu esteja te desvendando... E
sou obrigado a dizer que estou feliz por isso, e por ter um pacote ilimitado
para torpedos.
Não estou
com insônia. Só estou... pensando sobre algumas coisas. Sinto muito, mas tenho
que voltar a dormir. Boa noite Noah, e desculpe mais uma vez por atrapalhar sua
divertida noite de sábado.
Um toque no celular fez o meu sorriso se
expandir.
Espero estar
no meio dessas algumas coisas.
O que você
quer que eu diga?
Você sabe
muito bem.
Fiquei um tempo olhando a tela em branco
decidindo o que responderia. Até o alerta soar novamente.
Tenho a
noite toda.
Mas
estamos a poucas horas de amanhecer.
Então
terei o dia todo. Você sabe que eu não insistiria se não quisesse o suficiente.
E você também sabe que eu quero (muito) sair com você.
Eu só não
entendo como você pode querer tanto algo com uma pessoa que nunca tinha visto
antes.
É ai que
você se engana, minha cara.
O que quer
dizer com isso?
Aceite
sair comigo e eu digo.
Boa noite,
Sr. Helstin.
Meus nervos levemente abalados deixaram as
pontas dos meus dedos geladas. E meu rosto em câimbra por tanto sorrir.
Mas antes
de voltar a me ignorar, minha doce Katheriny, me diga: por que a ironia sobre a
minha suposta divertida noite?
Droga!
Meu
coração subiu até a garganta.
“Responder”.
Sei que
você estava acompanhado e que eu atrapalhei o seu divertimento. Não foi minha
intenção.
Apesar da vergonha reli a palavra doce na sua mensagem. Ele me chamou de doce... Estranhamente
sentia que aquela tinha sido a palavra mais linda que já fora atribuída a mim. Ele sabia como me conquistar... Encostei
o celular no peito, feliz apesar de tudo. Mas a vibração do aparelho me
despertou. Mas, não era uma mensagem.
- Que história é essa? – Ele falou antes que
eu pudesse dizer “alô”.
- Ham... Eu deveria dizer Alô, sabia?
- É sério Katheriny...
- Não basta a vergonha que estou sentindo
você ainda vai me fazer falar a respeito?
Uma gargalhada do outro lado da linha preencheu
minha audição.
- O que não estou entendendo é como você chegou a essa conclusão.
- Bom... Quando eu liguei, ouvi uma voz de
mulher e você me pediu para esperar... O que eu poderia esperar Helstin? Não
sou criança...
Outra risada... Cretino.
- Ah, foi isso? Por isso desligou e não me
atendeu?
- Mais ou menos... Ah, hoje é sábado, o que
eu poderia pensar de um homem solteiro e...
- E?
Deliciosamente
lindo.
- Ah, por favor, não preciso que você me
explique o que eu já entendi, Noah.
- Você tira conclusões rápido demais, Katheriny.
- E não deveria?
- Não. Por que eu não estava me divertindo.
Pelo contrário. Estava resolvendo um problema familiar. Só isso.
Um ah!
ficou suspenso na minha mente.
O silêncio nos atingiu em cheio. E eu me senti
uma idiota infantil por ter agido daquela forma... Mas o que eu poderia
imaginar? Era óbvio demais, e mesmo tudo estando esclarecido, ainda sentia uma
enorme frustração por não poder estar ao seu lado. Não poder apoiá-lo, ou
somente olhar em seus olhos e sorrir, como reflexo do que ele fazia comigo
quando estava perto.
- Desculpe, de qualquer forma. E, espero que
esteja tudo bem, agora. – Falei ensaiando frases coerentes.
- Nenhuma ligação sua irá me atrapalhar.
Principalmente se for para dizer que aceita sair comigo.
- Você não desiste!
- Claro que não.
- Mas
eu só liguei para agradecer pelas flores... Elas são maravilhosas, obrigada.
- Espero que estejam em um lugar especial.
- Estão no meu quarto. Estou olhando para
elas agora.
- Flores de sorte...
Bem que eu as trocaria por ele... Olhei o
lindo arranjo de flores ao meu lado novamente e ri daquela situação
constrangedora. O fato dele não poder me ver era um alívio. A minha expressão
me entregaria. Meu rosto estava vermelho e quase não conseguia respirar. Ele
era sufocante e me levava ao limite.
- Boa noite Noah. – Não havia mais o que
dizer.
- Bons sonhos, Srta. Williams.
- Me chame de Kathy.
Um barulhinho do outro lado fez-me recordar o
seu sorriso.
- Bons sonhos... Kathy.
- Boa noite Noah.
Escutei por alguns instantes a sua
respiração. Só então percebi sua resistência em desligar, então escolhi fazê-lo.
Respirei fundo e fechei os olhos, adormecendo instantaneamente. Sorrindo e
saboreando suas palavras. Dessa vez, mergulhei em águas tranquilas de sonhos doces e azuis, como os olhos de Noah Helstin.
By Natasha Alves
Quando vai postar mais em amiga. Sou viciada e quero ver a continuação. Vc já terminou? Quero um exemplar quando vc lançar. Parabéns escritora urbana.
ResponderExcluirOw amiga, vou postar mais em consideração a você ;) Já terminei sim e pretendo enviar a algumas editoras. Se Deus quiser, você vai ter, com dedicatória e tudo! Beijoos, obrigadaa.
Excluirseu blog é lindo...suas escritas "fascinantes"..luz vc tem sobrando..que venha o sucesso na publicação deste livro mega lindo!!!!
ResponderExcluirOw, obrigada Elaine... Meu coração se alegra com suas palavras... Estamos na torcida para que um dia uma porta, de tanto eu bater, se abra... <3 Muito obrigada por acompanhar o Blog e ler minhas "escritas fascinantes" rsrs, você sempre será muito bem vinda! Beijoos!
ExcluirAmigaaaa.. Minha lista de escritoras preferidas.. Número 01- Natasha Alves... Quero mais... Já fico até desligada das outras coisas so pensando no desenrolar dessa história, não vejo a hora de saborear o próximo capítulo... Xero..
ResponderExcluirOww amiga... Nem sei dizer como me sinto diante disso. Amor! Isso é o que eu sinto carregado de felicidade. Adorei a sua lista de escritoras preferidas kkkkkkk. Vou postar mais um ou dois. Beijoooss, obrigada por mais esse comentário de tirar o fôlego! E passa lá na página que eu vou fazer sorteio de livro!!
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