segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A Garota no Trem - Paula Hawkins

Queridos(as) Leitores e Leitoras,

A resenha de hoje é sobre o segundo livro que se enquadra no termo "thriller psicológico" que eu li. Mas antes, um esclarecimento rápido sobre o termo que vocês já devem ter visto em alguns livros. 

Thriller é um gênero, não necessariamente literário. Ele está presente em filmes, jogos, livros e na televisão de uma forma geral. Ele é o mesmo que suspense. Ou seja, se você ver o termo thriller, você já sabe que tem suspense. "Um thriller é uma trama controlada por um vilão, em que ele apresenta obstáculos que o herói deve superar" (Wikipédia). Existem vários tipos de "thrillers" entre eles: thriller de conspiração, criminal, psicológico, tecnológico, político e erótico. Vale a pena dar uma pesquisada para descobrir melhor sobre cada um deles. Nesta resenha, iremos trabalhar o thriller psicológico. De forma geral, esse tipo de thriller envolve um personagem que narra a sua história, algumas vezes voltando no tempo, em que o fator psicológico está muito presente. Conflitos, tentativas de relembrar fatos importantes ou arquitetar planos para tentar vencer algo, geralmente nesse tipo de thriller a mente é sempre superior ao físico e por isso ganha muita ênfase. Alguns temas são recorrentes nesse tipo de thriller: "a percepção do personagem do mundo à sua volta, sua tentativa de distinguir o verdadeiro do irreal, sua mente confusa, busca por sua identidade e medo/fascínio pela morte." (Wikipédia).

Ok, sabendo disso vamos para a resenha... A Garota no Trem é o primeiro livro de Paula Hawkins, que já estreou no mundo dos escritores com um livro que já foi vendido em mais de 41 países. Aqui no Brasil ele foi lançado pela Record em 2015. E simultaneamente ao lançamento do livro já começaram os rumores de adaptação para as telonas (que eu não vou perder), com lançamento previsto para Outubro deste ano (2016).


Sinopse: Todas as manhãs Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes – a quem chama de Jess e Jason –, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess – na verdade Megan – está desaparecida.
Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.  Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas, A garota no trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.


O livro é narrado por três pessoas diferentes. O que é uma ideia genial, quando leva-se em consideração que são três mulheres diretamente envolvidas com a história e com os trens. Mas a narrativa principal fica por conta de Rachel que é alcoólatra e tem uma vida entendiante. O vício acabou seu casamento, e onde um dia ela morou com seu amado esposo, hoje mora a pessoa que foi por algum tempo o seu pesadelo. Seu ex-marido se casou novamente e tem uma filha que compõe uma imagem perfeita de uma família feliz. Eles moram na casa de número 23, onde ela passa no trem duas vezes ao dia, todo dia. Fingindo para sua colega de apartamento que saiu para trabalhar, quando ela já foi demitida a meses.

De tantas as vezes que ela observa a casa 15, ela cria uma história em sua mente. Nomeia o casal e imagina até o tipo de coisas preferidas que eles gostam de fazer. Algumas vezes ela tem a sensação de que eles a veem, dentro do trem. Até o dia que ela se depara com uma cena que a choca e a faz colocar à prova tudo o que havia de perfeito que ela imaginou que existisse entre os dois. Nesse dia ela simplesmente toma um porre e vai atrás do seu ex-marido que mora a poucas casas da casa 15.

No dia seguinte, sem lembrar de absolutamente nada, e com alguns hematomas pelo corpo, Rachel descobre que Jess (Megan, na verdade) está desaparecida. E acha que precisa procurar a polícia e relatar todos os últimos acontecimentos, o que ela viu pela janela do trem.

Dia após dia ela segue tentando lembrar o que houve na noite que ela se embebedou e foi procurar Tom, a mesma noite em que Megan desapareceu, mas Rachel é desacreditada pela polícia e todo o seu testemunho é simplesmente arquivado, ela é tratada como uma alcoólatra, que de fato é, mas naquela noite gostaria de não ser.

Aos poucos passamos a conhecer um pouco sobre a origem do seu vício, um pouco sobre Tom e sua relação com Anna (sua atual esposa). A história retorna um pouco no passado, precisamente um ano antes, quando Megan começa a narrar coisas sobre o seu cotidiano. Seu estado emocional e um pouco do seu passado obscuro, desconhecido até por Sott, seu esposo (Jason - na cabeça de Rachel).

As datas da narrativa de Megan seguem em direção ao dia em que ela sumiu. E as datas da narrativa de Rachel e Anna são nos "dias atuais".

O começo do livro foi um pouco massante. A história de Rachel é um pouco entediante, o seu vício causa repulsa até no leitor. Algumas vezes os saltos de incentivo que a história me dava envolvia as narrativas de Megan. Mas, ok, páginas que seguem...

A história segue meio morna até o desaparecimento de Megan e um pouco depois disso. Rachel começa a se envolver demais com a investigação que ela quer fazer, porque na verdade, a polícia praticamente não tem participação nesse livro, nas buscas a Megan. Dessa forma, Rachel, psicologicamente instável como alguns dizem, se aproxima de Scott criando todo um cenário que jamais existiu, uma teia de mentiras que cresce sem fim pela qual tenta convencer Scott de que ela era amiga de sua esposa desaparecida.

O desfecho da história realmente foi surpreende e difícil de parar de ler, em determinado momento. Um livro empolgante, um suspense muito bem criado. Tenho que admitir até que tive alguns sonhos estranhos envolvendo a história. Porque a autora me transportou pra dentro do livro. Pode ser banalidade, não sei. "Só sei que foi assim". 

No entanto, vou levantar uma "polêmica". Em várias partes das capas do livro, e em todo o marketing envolvido, somos levados a comparação: "se você gostou de Garota Exemplar vai devorar este thriller psicológico". Vocês lembram que eu fiz resenha de Garota Exemplar, lembram? Pois então... Agora vou dizer o que penso sobre essa ligação dos dois thrillers...

Quando comecei a ler A Garota no Trem pensei que seria bem estilo Garota Exemplar. Mas ha pontos de aproximação e pontos de distanciamento. Alguns momentos na história de Paula lembramos a história de Gillian. Alguns pontos meramente comparativos, como os que existem entre Cinquenta Tons de Cinza e Crossfire (que eu não vou comentar porque a intenção não é essa). Mas o envolvimento psicológico de Garota Exemplar é infinitamente superior à A Garota no Trem. E a ação de A Garota no Trem é diferente do que houve em Garota Exemplar. Não sei se posso dizer que são parecidos. Talvez o termo comparativo foi usado para que pudéssemos ter uma vaga ideia do que seria o livro da Paula Hawkins. 

A manipulação que eu sofri em Garota Exemplar não se repetiu em A Garota no Trem, no qual, eu senti medo e até como comentei sonhei que estava dentro da história (!!!...). Então pra mim, são livros potencialmente diferentes ou thriller(mente) diferentes (caso aquela palavra exista rsrs...).

Mas gostei bastante dessa leitura, vou assistir ao filme, como mencionei. E eu simplesmente senti uma onda de empolgação no último parágrafo da história. Não ha como explicar a onda de sei lá... êxtase?!

Uma das imagens divulgadas do filme:



Se você gosta de suspense, leia A Garota no Trem. Nada de comparar com Garota Exemplar. Dois livros muito bons, mas com um oceano de diferenças entre eles. Então, é melhor fazer assim: leiam os dois (ponto final).

Vocês já leram A Garota no Trem? Me contem ;)

Com carinho,
Natasha.

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