Estimados e estimadas,
Eu não poderia deixar passar essa data tão fundamental para a existência de uma sociedade. Inclusive a minha, aqui. Mas, eu não vou levantar um debate sobre a profissão, os problemas, os desafios, o dia a dia... Não. Nada disso! Hoje eu quero fazer a minha homenagem à pessoa que me direcionou para o caminho da leitura: minha professora da terceira série. Ela me levou a ler meu primeiro livro. É este da imagem - este mesmo. Tem 17 anos...
A Ilha Perdida - Maria José Dupré
Sinopse: Eduardo e Henrique resolvem explorar uma misteriosa ilha e descobrir se as histórias que ouvem sobre o lugar são reais. Acabam se envolvendo em uma grande aventura em que um velho sábio ensina o respeito e o amor à natureza. Um clássico da literatura juvenil brasileira, agora com novo formato e ilustrações coloridas. Com Suplemento de Atividades em cores.
Editora: Ática
Ano de Publicação: 1998
Número de Páginas: 133
Querida Professora,
Não lembro mais o seu nome. Não lembro o seu rosto. É uma pena não saber sobre você e que, provavelmente, nunca lerás o que escrevo a ti, nesta data. Mas, quero que saibas, ainda guardo o livro que você me indicou. Ainda o conservo em minha estante com a lembrança feliz de ter lido o meu primeiro livro - com exceção de todos aqueles contos de fada, claro.
Ler me abriu muitos caminhos e eu devo isso a ti. Quem sabe um dia não nos encontramos e eu posso recontar essa história, da forma como a vejo hoje. Quem sabe com análises antropológicas, críticas marxistas, construções filosóficas que na época eu jamais conseguiria fazer. Quem sabe... Porém, tudo o que eu te disser será frágil se comparado à pequena resenha que [devo ter feito] te apresentei naquele ano. Meu primeiro contato. Meu primeiro mergulho. Minha primeira viagem. Quão feliz eu fora naquele 1998.
Muitos anos passaram por nós, levando e tirando emoções, sentimentos e lembranças. Contudo, cara professora, eu não me esqueci do seu gesto de incentivo. Não esqueci como pedi a minha mãe que me comprasse o livro porque eu precisava fazer um trabalho da escola. Esqueci todas as perguntas que me fizera na época, mas, as marcações nas páginas, me fazem ter uma ideia do que você perguntou.
Escrevi com uma caligrafia nada invejável nos dias de hoje. Possivelmente respostas sucintas demais e cheias de erros gramaticais. Ora, quem era eu para saber escrever bem naquele ano? Eu era apenas uma garotinha de nove anos descobrindo o universo colorido que hoje seria parte importantíssima de mim. Eu era apenas uma garotinha, que deve ter reclamado da quantidade de páginas que o livro tem. Eu fui apenas uma de suas alunas. Tenho certeza que não se lembras mais de mim. Passei apenas pouco mais que o tempo de vida daquele 1998... Mas, minha querida professora, até hoje, guardo com carinho e enorme estima o gosto pela leitura. Guardo e hoje te agradeço por ter cobrado trabalho desse livro. Te agradeço por ser minha professora e peço desculpas por não ter formas e meios de te identificar... Não sou mais uma garotinha. Sou uma amante incondicional da literatura desde que você passou pela minha vida.
Obrigada por isso e Feliz seu dia.
Natasha Bezerra Alves - caso meu nome te traga alguma lembrança.
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