Estimados(as) Leitores e
Leitoras,
A resenha de hoje é sobre o
livro Se eu Ficar, da escritora e jornalista Gayle Forman. Ela mora no
Brooklyn, Nova York, é casada, mãe de duas meninas. Gayle já fez importantes
publicações como jornalista, inclusive na revista do The New York Times, e
publicou outros livros: Para Onde Ela Foi (continuação desta obra), Apenas Um
Dia e Apenas Um Ano. Se eu Ficar foi lançado em 2009 e relançado pela Novo
Conceito em 2014, já com a capa do filme, uma vez que o livro ganhou versão nas
telonas no mesmo ano. Os atores principais são: Chloe Grace Moretz
(interpretando Mia) e Jamie Blackley (interpretando Adam, namorado de Mia). Esta
obra tem 193 comoventes páginas, e a minha versão (a que foi RELANÇADA em 2014)
ainda trás o primeiro capítulo do livro seguinte (Para onde ela foi),
juntamente com entrevista da Gayle com os atores da adaptação.
Sinopse: Depois do acidente, ela
ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do
carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir
ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes
aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas
próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente –
e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais
difícil de todas.
Quem já ouviu falar ou até mesmo assistiu ao
filme (eu ainda não tive o prazer) sabe que se trata de um acidente que destrói
a vida de Mia em vários aspectos. A tragédia ocorre logo nas primeiras páginas,
é possível até que seja descrita nas Amostras disponíveis na internet. Quem
desejar ler pode consultar nos sites que vendem o livro, que acredito que em todos tenham o link para começar a ler a "Amostra". Ou seja, não estou dando spoilers, só estou relatando qual é o
drama principal da obra.
Continuando... O acidente de
carro que se transforma em uma tragédia sem precedentes, simplesmente é o pior
pesadelo que Mia poderia ter. Ela também estava, e como os demais, sofreu
tantos traumas quantos fossem possíveis. No entanto, Mia entrou em um estado
meio espiritual, meio metafísico (não cabe entrar em discussão sobre isso, até
porque não é um tema em que eu tenha me dedicado a estudar) que a permite,
mesmo em coma, acompanhar a realidade e os fatos que se seguem após o acidente.
Ela tem consciência de tudo o que se passa, inclusive das tentativas de
mantê-la viva, por parte dos médicos e enfermeiras, bem como do sofrimento que
abala a todos os seus familiares e amigos.
A narrativa não envolve
somente esse momento. Mia também nos conta sobre vários momentos de sua vida,
tais como: as tentativas de sua mãe para engravidar e o nascimento do seu irmão
Teddy; os primeiros contatos com o violoncelo, e suas apresentações; como
conheceu sua melhor amiga e o quanto as duas tiveram um relacionamento difícil
no começo; a descoberta do primeiro amor, e os primeiros passos nesse
relacionamento (o que é absurdamente fofo); o relacionamento com seus pais e
avós, entre outras coisas corriqueiras. Ou seja, sabe aquela história de que a
vida passa na sua frente quando você está a um passo da morte? Pois é,
basicamente é como se a personagem estivesse vivenciando isso.
E no meio de tudo isso, ela
faz uma espécie de “atualização” sobre seu estado de saúde, e sobre como andam
as coisas entre seu namorado e sua melhor amiga tentando de tudo para entrar na
UTI para visita-la, quando somente os seus familiares tem direito a isso. Ela
ainda sofre a angústia de não saber o que de fato aconteceu com as outras
pessoas envolvidas no acidente (que eu não poderia jamais lhe contar quem são).
Mia é doce, educada e
amorosa, é a filha e a irmã perfeita. É muito fácil se encantar por ela. Ela
tem dezessete anos, é apaixonada por sua família, é uma musicista talentosa e
está às portas de entrar em uma escola de música e se profissionalizar. Seu namorado
é cantor e guitarrista de uma banda, e apesar de sofrerem com os constantes
desencontros espaciais e temporais, eles se amam o suficiente para nos fazer
amá-los também. Seus pais são compreensíveis, humanos, e lhe dão tudo o que ela
precisa: amor!
A vida de Mia era normal e
tranquila, até o pior pesadelo corroer tudo de uma forma irreparável. Por isso,
ela nos apresenta os vários motivos que a fariam desistir de viver e parar de
lutar por sua vida, na cama da UTI, bem como os motivos que a fariam ficar. “Se
eu ficar” é a pergunta que Mia tenta responder nas 193 páginas.
Quando vi esse livro à
primeira vez, fiquei encantada e louca para me entregar a essa leitura. Mas,
quando vi os comentários, mesmo sem ler a sinopse da obra, já supus que iria
derramar rios de lágrimas, e eu não consigo ler livros assim, fico
impressionada, e não consigo me desprender da leitura. No entanto, comprei e me
obriguei a ler. O que não foi tão difícil já que gostei muito da história, da
narrativa, da escrita... gostei de tudo. Até do drama, o que faz com o que o
livro tenha conteúdos originais e diferentes dos que normalmente leio.
A leitura dessa obra é algo
comovente e nos faz sentir medo. Sim, medo. Quem não teria receio de que algo
tão trágico acontecesse em sua vida? Mas, as alternações que a Gayle fez,
ameniza um pouco o drama e a tristeza. No fim das contas, não derramei nenhuma
lágrima, apesar de sentir pesar, me entristecer e me comover com a história de
Mia. Gayle escreveu uma obra marcante. E me sinto feliz por ter tido
oportunidade de conhecê-la. Para onde ela foi, é a continuação de Se eu Ficar, que em breve irei ler.
Esse é um livro que
indicaria para uma pessoa que estar procurando algo mais nos livros. Algo
comovente e que não tenha medo de como seu coração pode ficar depois de
conhecer essa triste estória. Lembrando que, até o final ela pode
escolher ficar ou desistir. Você vai querer saber o que ela vai decidir? Não
deixe de conhecer!
E
eu penso: Eu te amo. Ouço-o inspirar para tentar se acalmar. Então, ele
continua: - Tudo o que consigo pensar é em como vai ser uma merda se a sua vida
acabar agora. Sei que a sua vida vai ser uma droga de qualquer jeito, depois do
que aconteceu. [...] Mas, não consigo me conformar com a ideia de que você não
vai envelhecer [...] Se você ficar, vou fazer tudo o que você quiser. Vou sair
da banda e vou para Nova York com você. Mas se quiser que eu saia da sua vida,
vou fazer isso também. [...] talvez seja mais fácil para você simplesmente
apagar todos nós da sua vida. Vai ser uma barra pesada para mim, mas posso
aguentar. Aceito perder você desse jeito, se eu não perdê-la hoje. Vou deixa-la
livre. Se você ficar. (página
190)
Com carinho e o coração
carregado de emoção,
Natasha.