sexta-feira, 27 de março de 2015

Se Eu Ficar - Gayle Forman

Estimados(as) Leitores e Leitoras,

A resenha de hoje é sobre o livro Se eu Ficar, da escritora e jornalista Gayle Forman. Ela mora no Brooklyn, Nova York, é casada, mãe de duas meninas. Gayle já fez importantes publicações como jornalista, inclusive na revista do The New York Times, e publicou outros livros: Para Onde Ela Foi (continuação desta obra), Apenas Um Dia e Apenas Um Ano. Se eu Ficar foi lançado em 2009 e relançado pela Novo Conceito em 2014, já com a capa do filme, uma vez que o livro ganhou versão nas telonas no mesmo ano. Os atores principais são: Chloe Grace Moretz (interpretando Mia) e Jamie Blackley (interpretando Adam, namorado de Mia). Esta obra tem 193 comoventes páginas, e a minha versão (a que foi RELANÇADA em 2014) ainda trás o primeiro capítulo do livro seguinte (Para onde ela foi), juntamente com entrevista da Gayle com os atores da adaptação.




Sinopse: Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.

Quem já ouviu falar ou até mesmo assistiu ao filme (eu ainda não tive o prazer) sabe que se trata de um acidente que destrói a vida de Mia em vários aspectos. A tragédia ocorre logo nas primeiras páginas, é possível até que seja descrita nas Amostras disponíveis na internet. Quem desejar ler pode consultar nos sites que vendem o livro, que acredito que em todos tenham o link para começar a ler a "Amostra". Ou seja, não estou dando spoilers, só estou relatando qual é o drama principal da obra.

Continuando... O acidente de carro que se transforma em uma tragédia sem precedentes, simplesmente é o pior pesadelo que Mia poderia ter. Ela também estava, e como os demais, sofreu tantos traumas quantos fossem possíveis. No entanto, Mia entrou em um estado meio espiritual, meio metafísico (não cabe entrar em discussão sobre isso, até porque não é um tema em que eu tenha me dedicado a estudar) que a permite, mesmo em coma, acompanhar a realidade e os fatos que se seguem após o acidente. Ela tem consciência de tudo o que se passa, inclusive das tentativas de mantê-la viva, por parte dos médicos e enfermeiras, bem como do sofrimento que abala a todos os seus familiares e amigos.

A narrativa não envolve somente esse momento. Mia também nos conta sobre vários momentos de sua vida, tais como: as tentativas de sua mãe para engravidar e o nascimento do seu irmão Teddy; os primeiros contatos com o violoncelo, e suas apresentações; como conheceu sua melhor amiga e o quanto as duas tiveram um relacionamento difícil no começo; a descoberta do primeiro amor, e os primeiros passos nesse relacionamento (o que é absurdamente fofo); o relacionamento com seus pais e avós, entre outras coisas corriqueiras. Ou seja, sabe aquela história de que a vida passa na sua frente quando você está a um passo da morte? Pois é, basicamente é como se a personagem estivesse vivenciando isso.

E no meio de tudo isso, ela faz uma espécie de “atualização” sobre seu estado de saúde, e sobre como andam as coisas entre seu namorado e sua melhor amiga tentando de tudo para entrar na UTI para visita-la, quando somente os seus familiares tem direito a isso. Ela ainda sofre a angústia de não saber o que de fato aconteceu com as outras pessoas envolvidas no acidente (que eu não poderia jamais lhe contar quem são).

Mia é doce, educada e amorosa, é a filha e a irmã perfeita. É muito fácil se encantar por ela. Ela tem dezessete anos, é apaixonada por sua família, é uma musicista talentosa e está às portas de entrar em uma escola de música e se profissionalizar. Seu namorado é cantor e guitarrista de uma banda, e apesar de sofrerem com os constantes desencontros espaciais e temporais, eles se amam o suficiente para nos fazer amá-los também. Seus pais são compreensíveis, humanos, e lhe dão tudo o que ela precisa: amor!

A vida de Mia era normal e tranquila, até o pior pesadelo corroer tudo de uma forma irreparável. Por isso, ela nos apresenta os vários motivos que a fariam desistir de viver e parar de lutar por sua vida, na cama da UTI, bem como os motivos que a fariam ficar. “Se eu ficar” é a pergunta que Mia tenta responder nas 193 páginas.

Quando vi esse livro à primeira vez, fiquei encantada e louca para me entregar a essa leitura. Mas, quando vi os comentários, mesmo sem ler a sinopse da obra, já supus que iria derramar rios de lágrimas, e eu não consigo ler livros assim, fico impressionada, e não consigo me desprender da leitura. No entanto, comprei e me obriguei a ler. O que não foi tão difícil já que gostei muito da história, da narrativa, da escrita... gostei de tudo. Até do drama, o que faz com o que o livro tenha conteúdos originais e diferentes dos que normalmente leio.

A leitura dessa obra é algo comovente e nos faz sentir medo. Sim, medo. Quem não teria receio de que algo tão trágico acontecesse em sua vida? Mas, as alternações que a Gayle fez, ameniza um pouco o drama e a tristeza. No fim das contas, não derramei nenhuma lágrima, apesar de sentir pesar, me entristecer e me comover com a história de Mia. Gayle escreveu uma obra marcante. E me sinto feliz por ter tido oportunidade de conhecê-la. Para onde ela foi, é a continuação de Se eu Ficar, que em breve irei ler.


Esse é um livro que indicaria para uma pessoa que estar procurando algo mais nos livros. Algo comovente e que não tenha medo de como seu coração pode ficar depois de conhecer essa triste estória. Lembrando que, até o final ela pode escolher ficar ou desistir. Você vai querer saber o que ela vai decidir? Não deixe de conhecer!


E eu penso: Eu te amo. Ouço-o inspirar para tentar se acalmar. Então, ele continua: - Tudo o que consigo pensar é em como vai ser uma merda se a sua vida acabar agora. Sei que a sua vida vai ser uma droga de qualquer jeito, depois do que aconteceu. [...] Mas, não consigo me conformar com a ideia de que você não vai envelhecer [...] Se você ficar, vou fazer tudo o que você quiser. Vou sair da banda e vou para Nova York com você. Mas se quiser que eu saia da sua vida, vou fazer isso também. [...] talvez seja mais fácil para você simplesmente apagar todos nós da sua vida. Vai ser uma barra pesada para mim, mas posso aguentar. Aceito perder você desse jeito, se eu não perdê-la hoje. Vou deixa-la livre. Se você ficar.  (página 190)


Com carinho e o coração carregado de emoção,

Natasha.

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