quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Primeiro Amor - James Patterson e Emily Raymond

Queridos e queridas,

Acabei de ler este livro e não resisti, todas as ideias fresquinhas na mente, todas as cenas e os sentimentos... tive que vir logo compartilhar com vocês. Bom, James Patterson eu já conhecia, ele é inclusive o autor do livro do último sorteio que tivemos. Seus livros vão de romance à suspense, e sempre são sucesso por todo o mundo, prova disso são as mais de 200 milhões de cópias vendidas. Emily Raymond, parceira de James nessa obra, é norte-americana e também autora de sucesso. No entanto, eu ainda não conheço nenhuma de suas obras, mas prometo contar para vocês quando isso acontecer, ok?

O livro foi lançado pela Editora Novo Conceito em 2014. Ele tem 239 páginas, e me chamou atenção desde a primeira vez que o vi. Esse tema "Primeiro "Amor" para mim sempre é motivo de encanto, desta forma, e aliado a uma capa encantadora, era claro que eu precisava tê-lo na minha estante.



Sinopse:
Axi Moore é uma garota certinha, estudiosa, bem comportada e boa filha. Mas o que ela mais quer é fugir de tudo isso e deixar para trás as lembranças tristes de um lar despedaçado. A única pessoa em quem ela pode confiar é seu melhor amigo, Robinson. Ele é também o grande amor de sua vida, só que ainda não sabe disso. Quando Axi convida Robinson para fazer uma viagem pelo país, está quebrando as regras pela primeira vez. Uma jornada que parecia prometer apenas diversão e cumplicidade aos poucos transforma a vida dos dois jovens para sempre. De aventureiros, eles se tornam fugitivos. De amigos, se tornam namorados. Cada um deles, em silêncio, sabe que sua primeira viagem pode ser também a última, e Axi precisa aceitar que de certas coisas, como do destino, não há como fugir. Comovente e baseado na própria vida do autor, este livro mostra que, por mais puro e inocente que seja, o primeiro amor pode mudar o resto de nossas vidas.

Primeiramente, devo confessar que fiquei meio perdida nessa sinopse - agora. Como alguns sabem, gosto da surpresa de ler o livro sem saber do que ele se trata. Li a sinopse para decidir o que contar a vocês, mas, ela é basicamente um resumo do livro todo. Então vou direto para as entrelinhas da história, se me permitem...

Axi Moore é o tipo de garota que a maioria de nós foi, ao menos uma vez na vida. Em todos os aspectos dela, inclusive a transição da garota certinha para a garota malvada (por falta de uma palavra melhor). Ela carrega o abandono da mãe, o falecimento da irmã, e o alcoolismo e o descaso do pai. Na verdade ela só tem a Robinson, como válvula de escape, ombro amigo, qualquer coisa desse tipo. Ela desconhece a grandeza do sentimento que nutre por ele, e também desconhece a reciprocidade que aparentemente acontece.

Robinson é "o valor de x" em uma equação de matemática. Nós temos que aprender a descobri-lo, a somar todas as suas atitudes até chegar a um resultado. Ele é um garoto que abandonou a escola, e que vive. Só vive. Ele passa seus dias, tentando aproveitar a vida de alguma forma. Conheceu Axi quando ainda eram crianças e desde então, mudou sua vida para estar com ela. Mas eles não são um casal! Eles são amigos, perdidos um no outro, no meio de uma cidade de interior. E com as marcas de uma doença que quase os tirou a vida. 

Dessa forma, ouvir de Axi "vamos fugir" foi praticamente aprender a voar sem asas. Era tudo o que os dois precisavam. E é nesse momento que o livro começa. Eles cometem alguns erros, mas seguem seus instintos. Largam tudo e vão seguindo um mapa com marcações que Axi passara um bom tempo planejando. Uma cabana, uma barra de chocolate, e duas cabeças completamente alucinadas por um pouco mais de vida.

Axi Moore se transformou na personagem com a evolução mais incrível que já conheci, para as 239 páginas que ela precisou para existir. Todas as atitudes dela foram coerentes com seu momento na história. Hora ela era a menina careta, hora era a menina que tentava deixar de ser careta. A mudança foi gradativa e bem coerente com tudo de novo que estava acontecendo em sua vida. Mesmo ela tendo todos os motivos para carregar mágoas ou ressentimentos, quando ela decidiu ser diferente, ela foi, de fato, diferente. Soube pesar o que era mais importante e o que valeria a pena ser vivido, e no momento, a lista toda se resumia em Robinson.

Eles aprontaram bastante durante essa viagem louca. Me fizeram rir e temer. James e Emily deram a pitada de suspense que a história precisava. Mas, preciso comentar duas coisas com vocês:

1º -  Houve um certo momento durante a leitura, que eu meio que me senti dentro de outro livro... Um livro, que não posso revelar qual, mas que se tornou febre no mundo e foi até adaptado ao cinema. A partir desse instante, eu já fiquei meio apreensiva, por que não queria o final que minha mente já desenhava no horizonte das páginas posteriores. 

2º - E me perdoem se vocês não gostarem dessa informação, garanto que fará todo o sentido se vocês desejarem ler o livro. Ele é inspirado em fatos reais. Inspirado é completamente diferente de baseado, ok? Não vamos pensar que a história real foi assim... O que me deixou em cima do muro, sobre a observação número 1. Até que ponto ela pode estar ligada aos autores ou ao outro livro... É difícil dizer.

De toda forma, apesar de não curtir muito esse tipo de "finais felizes", posso afirmar que gostei do que li. Sabem, é um pouco difícil mencionar por alto, uma história que tem a capacidade de nos ensinar algumas coisas. É difícil discutir de forma "apática" uma cena forte que foi descrita de uma forma magistral, que colocaria qualquer um para refletir e se emocionar... Mas não é cabível deixar de mencionar o quanto a leitura foi doce e encantadora. Ela foi narrada por Axi, em capítulos curtos, com passagens rápidas e compactadas, dessas que não deixam nenhum tipo de dúvida na mente do leitor. Pelo menos eu não fiquei.

A leitura é ótima e flui da maneira mais cativante possível. 

Não tenho nenhum grupo seleto de pessoas para quem eu recomendaria esta obra. Sua grandeza é de fácil apreciação e... Afinal, quem nunca teve um primeiro amor? Porque no fim de tudo, James e Emily descreveram como isso é algo inesquecível na vida de qualquer pessoa. Mesmo aquele amor da escola, aquele que nenhum dos dois teria coragem de assumir e preferia fingir uma briga do que dizer um "eu te amo"... Pois é, é sobre isso que essa história trata, sobre como é incrível descobrir-se apaixonado(a) e sobre ter um primeiro amor gravado no coração com letras inapagáveis. 

A Novo Conceito disponibilizou um link para quem desejar ler um fragmento da obra, para ler Clique Aqui.

Se você já leu, me diz, o que achou de Axi e Robinson? E dessa parceria entre James e Emily?

Com carinho,

Natasha.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O Desafio - Rachel Van Dyken

Caros(as) Leitores e Leitoras,

Hoje vim aqui contar para vocês um pouco sobre o livro O Desafio da autora que faz parte do "meu" clube de preferidas: Rachel Van Dyken. Ela na verdade ganhou esse "posto" na minha lista com o livro A Aposta, até fiz resenha dele para vocês, para quem não leu basta clicar Aqui. Ela é uma autora com poucos livros publicados no Brasil, eu particularmente, não entendo por quê, já que todas as pessoas que eu converso que já leram seus livros, simplesmente amam suas histórias. E como não amar o trabalho da pessoa que te faz rir até na nota de agradecimento?

O livro foi lançado pela Editora Suma das Letras que comprou toda a trilogia e que nesse mês irá lançar o terceiro - O Risco. A história desenrola-se em 359 incríveis páginas, e ele foi impresso em tamanho 14 x 21. O que pode ser uma queixa para alguns. O título original é: The Wager. E aqui está a capa: - Linda, mas minha preferida é a de A Aposta. 



Sinopse: 
“Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!” 

Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. 
Jake Titus é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Char Lynn viver com ele a melhor noite de sua vida — e em seguida a pior manhã, quando ele a dispensou. Agora terão que se reencontrar no casamento de Kacey, a melhor amiga dos dois. Seria uma situação estranha, mas suportável... Se vovó Nadine não tivesse sido desafiada a uni-los. 
Como padrinho e dama de honra dos noivos, Jake e Char têm que passar cada vez mais tempo juntos. Ele é um galinha mimado, e ela é uma garota maluca. Então por que não conseguem resistir um ao outro? 
Quando Jake para de se comportar como um babaca e começa a agir como o homem que Char sempre teve esperança de que ele pudesse ser, fica cada vez mais difícil lembrar que ele já a magoou. E agora Jake vê nela tudo que sempre quis — só precisa fazer Char acreditar nisso.



Gente, irmãos Titus na área!!! Quem leu A Aposta, sabe. Exatamente. Do. Que. Estou. Falando. Diz ai, mulherada e rapaziada?! (rsrs)... Voltando em 3... 2... 

Então queridos e queridas, Jake e Char se conhecem desde criança, eram melhores amigos no ensino fundamental, se afastaram no Ensino Médio por que Jake Titus, já era Jake Titus, o que significa que até uma camisa do tipo "estou disponível" ele tinha. Mas, no momento do reencontro deles no início do livro, contava-se quase um ano que os dois tinham vivido uma noite de bebidas+prazeres, a qual Char nunca esqueceu. Mas ela não esqueceu por vários motivos, e decididamente não apenas por motivos "românticos". Na manhã daquele dia, Jake, o galinha irresistível, a deixou em um quarto com um bilhete de agradecimento e algo mais em cima do travesseiro. Char não foi mais a mesma desde aquela atitude imperdoável dele. Até seu emprego entrou na roda e ela passou de apresentadora de telejornal à piada no You Tube.

Jake vem com todos aqueles atributos dos homens ricos e solteiros. E alguns momentos ele lembra Christian Grey (rsrs - isso é uma brincadeira com uma pitada de verdade). Rico, gosta de namorar, de beber, não gosta compromisso e tem uma facilidade absurda para atrair e dispensar mulheres. Ele é um cretino, em outras palavras.

Char (nota importante: é a amiga com quem Kacey de A Aposta aparece conversando no capítulo 2 do livro), é uma garota de 22 anos, cheia de sonhos, cheia de frustrações, meio maluca e que sofre por ser filha de pais que a ignoram completamente, e também sofre por ter se apaixonado duas vezes pelo menos canalha, a saber: Jake Titus.

Eles se reencontram dentro de um avião, indo para Seatle. Ela está com Beth, sua irmã. Ele está com Nadine (a vovó mais maluca da face da Terra da Literatura). Depois de um breve surto de pânico, Char decide que tem contas a acertar com Jake. Levanta-se de sua poltrona e vai até a de Jake, e é ai que a loucura começa. Entre ameaças de bombas, amendoins, um segurança fortão com mãos de bebê, uma vovó com uma injeção na mão, e algemas muito, muito apertadas, Jake e Char são "escolhidos" para organizar os últimos detalhes do casamento de Kacey e Travis, já que são padrinho e dama de honra. Lógico que, quem os escolheu para carregar uma lista que os mandavam fazer as coisas mais loucas e improváveis de um casamento, seria a sua avó Nadine. 

Nadine é uma personagem que ela sozinha daria um livro. Em A Aposta ela deu uma de cupido e em O Desafio não seria diferente, tão menos em O Risco (estou certa disso). Ela é uma senhora de 80 anos com uma disposição que causa inveja em qualquer um que tenha 30. Ela namora, demite, admite, coordena, cria, pula, pinta e borda. Ela é manipuladora, e é louca para ter bisnetos. E, se vestir, falar, e andar discretamente não é bem o seu forte.

No meio de toda essa "intensa movimentação" da preparação para o casamento, Char faz aniversário. Mais uma vez tem que passar o dia lembrando de pais que não lembram dela. Mais uma vez sente-se como uma pessoa que não tem família e não é amada, tão pouco especial para alguém. Mas, naquele ano seria diferente. Ela tinha em sua vida, duas pessoas que valeriam por umas cem no mercado negro: Jake e vovó Nadine. 

Fui completamente conduzida na leitura desse romance, como sempre Rachel nos deixa viciados e viciadas. Entre risos, gargalhadas, momentos emocionantes, especiais, ela vai conduzindo o leitor pelas páginas, de modo que este não sente o tempo passar.

Tenho apenas três queixas para mencionar: 1 - Achei a história muito parecida com a do primeiro livro, queria ter tido mais, outras loucuras, outras risadas, mas foi meio previsível, e foi impossível não comparar os dois. 2 - Vovó Nadine recebeu muita ênfase, sei que Rachel tem uma avó, e que Nadine fez sucesso no livro anterior, mas, preciso dizer que ela apareceu demais. Tanto que em várias vezes tive dúvida se o livro era sobre um casal ou sobre a vovó Nadine. 3 - Percebi dois erros de continuação, mas nada grave.

De toda forma, me diverti bastante com essa leitura, especialmente porque a autora nos presenteou com vários momentos de Kacey e Travis. E não foi algo distante e impessoal. Foi bem legal, a julgar pelo celibato que eles precisaram fazer em nome da moral e dos bons costumes, de vovó Nadine.

Nesse livro contemplamos o casamento de Kacey e Travis, que me emocionou demais, foi mais do que especial... Foi perfeito. Também entrou na minha lista de preferidos, disputando o segundo lugar (o primeiro é de Rush e Blaire da trilogia Sem Limites). Adorei a nova personagem, tia Petunia, puritana e tentando colocar juízo na cabeça dos sobrinhos-netos e na irmã. E amei de todo o coração, já saber quem serão os próximos a quem o cupido vai flechar!!! Que obviamente, não posso contar, mas vocês podem saber assim que ler O Desafio.

De forma geral é um romance leve, com cenas picantes, deliciosas, muito divertido, Rachel escreve divinamente, e com personagens que eu amo! #IrmãosTitusSempre Inclusive, respondi um post sobre meu Top3 Personagens, e mencionei Kacey. Foi difícil escolher entre tantos bons nessa série, então resolvi que o título ficaria com Kacey por tudo o que ela viveu. Leiam queridos e queridas! Vocês irão gostar dos três (já estou apostando em O Risco - será um risco?). Romance não é só literatura para mulher, tenho certeza que os bonitões que lerem esses romances irão mudar sua opinião sobre o assunto.

E, por último, não posso deixar de comentar na maluquice que foi ler um livro que fazia referência (constantemente) a situações, dialetos, diálogos e objetos do meu dia a dia. Não posso dizer quais eram, mas, foi muuuito estranho e engraçado. E um pouco assustador.

Com carinho,

Natasha.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Garota Exemplar - Gillian Flynn

Caros(as) Leitores e Leitoras,

A resenha de hoje será um pouco complexa, precisei até de uma dose extra de café com leite e vestir aquele roupão felpudo quentinho para me ajudar a escrever. Culpa, obviamente, da autora que escreveu uma história manipuladora e cheia de reviravoltas, que levam o leitor do amor ao ódio no curto espaço de tempo da passagem de uma página. O livro foi lançado (com a capa do filme - que é a que eu tenho) pela Editora Intrínseca em 2014. Com 446 páginas e uma autora que teceu uma trama magistral, logo Garota Exemplar ganhou adaptação para as telonas.



Sinopse:
Desde sua publicação, em 2012, Garota exemplar tornou-se sucesso de público e crítica, alcançando o topo das mais prestigiadas listas de mais vendidos ao redor do mundo e consagrando sua autora, Gillian Flynn, como a mais aclamada escritora de suspense da atualidade. Agora, a trama sobre o casamento que sai tragicamente dos eixos chega aos cinemas, numa superprodução da Twentieth Century Fox dirigida por David Fincher (A rede social e Clube da luta) e estrelada por Ben Affleck e Rosamund Pike. O roteiro é assinado pela própria Gillian Flynn.
O livro começa no dia do quinto aniversário de casamento de Nick e Amy Dunne, quando a linda e inteligente esposa de Nick desaparece da casa deles às margens do rio Mississippi. Sinais indicam que se trata de um sequestro violento e Nick rapidamente se torna o principal suspeito. Sob pressão da polícia, da mídia e dos ferozmente amorosos pais de Amy, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamento inapropriado. Ele é evasivo e amargo — mas seria um assassino? Ao mesmo tempo, passagens do diário de Amy revelam um casamento tumultuado — mas ela estaria contando toda a história?
Alternando entre os pontos de vista de Nick e Amy, Flynn cria uma aura de dúvidas em que o cenário muda a cada capítulo. À medida que as revelações surgem, fica claro que, se existe alguma verdade nos discursos de Nick e Amy, ela é mais sombria, distorcida e assustadora do que podemos imaginar. Magistralmente bem construído do início ao fim, Garota exemplar é um daqueles livros impossíveis de largar e sobre o qual se quer debater assim que a leitura termina.
“Um thriller envolvente, o retrato magistral do desenrolar de um casamento.”The New Yorker

Bom, tudo o que eu falar poderá ser superficial se nós não debatermos quem é essa Garota Exemplar - o que vai ser uma tarefa nada fácil. Amy Elliott, uma criança rica, filha única de pais psicólogos que fizeram dela uma série de livros. Sua vida sempre foi transformada em literatura, todos os fatos, desde os mais simples, colocaram Amy sempre no dever de ser uma criança perfeita para que seus pais tivessem sobre o que escrever e vender livros. Difícil de acreditar? Jamais! Amy nasceu após vários abortos que sua mãe sofreu. E mesmo depois do seu nascimento, ela conta que seus pais ainda esperavam a qualquer momento o anúncio de sua morte. Amy foi simplesmente colocada em um pedestal como a filha dos Elliott, a filha exemplar. E como ela mesma diz: é difícil carregar o peso de não ter uma substituta (ser filha única), de não poder se dar o direito de fazer suas escolhas, de não poder errar. Seus pais moldaram uma mente inacreditavelmente fria e calculista. Nada saía do controle de Amy. Nada.

Na escola ela sempre foi a garota bela, de conversa inteligente, longos cabelos loiros que simplesmente parecia hipnotizar a todos. Amy era a expressão da garota perfeita. Ela jamais diria algo que já não estivesse pensando antes. Ela jamais esquecia quando alguém a feria de alguma forma. E ela jamais deixaria que as pessoas duvidassem de sua perfeição. Dessa forma, nenhuma atitude dela era impensada. Ela sempre esteve a sombra do que seus pais escreviam, e dessa forma, era escrava e senhora de sua vida. Até o dia que ela conheceu Nick.

Nick Dunne, um homem comum, e como uma história comum. Nick cresceu em um lar onde abrigava um pai doentio que os odiava não importava o que eles fizessem. Filho de uma mãe super protetora, ele é gêmeo de Margo. Ou Go, como todos a conhecem. Nick é jornalista e deixou o lar cedo para ser uma pessoa diferente de seu pai. Sim, esse sempre foi o objetivo. Ser alguém melhor do que o velho bêbado que parecia odiar todas as mulheres que apareciam em sua frente. 

Algumas pessoas sempre o tratavam como o filhinho da mamãe, pelo simples fato de que Nick era de fato isso, e ele gostava. Era rodeado de amores por sua mãe e sua irmã, e com elas aprendera coisas importantes sobre o universo feminino. Inclusive, ele sabia, de certa forma, até dar o sorriso capaz de fazer todas as mulheres simplesmente acreditarem em suas mentiras. Sim, sua vida era um constante amontoado de mentiras. De coisas simples até coisas sérias. Nick não conseguia evitar esse hábito. Ele vive constantemente fugindo, se escondendo. Seu rosto está sempre na forma de "paisagem". Nunca é possível dizer o que Nick está realmente sentindo. Nunca.

Essas duas pessoas incrivelmente peculiares se conheceram em uma noite comum. Quando os dois pareciam pessoas comuns. E quando decidiriam ficar juntos, tempos depois, tudo simplesmente fluiu entre os dois. Eles tinham suas carreiras profissionais bem sucedidas. E pareciam se encaixar como um abraço de saudade, querendo-os sempre mais perto. No entanto, os anos foram passando, eles perderam o emprego, de Nova York tiveram que se mudar para uma cidade em decadência no Meio-Oeste, onde Amy jamais imaginou viver, e a verdade foi surgindo discretamente, no dia a dia, sorrateira como andar na praia, quando você percebe, andou mais do que devia e está muito distante do ponto inicial. Assim estavam Amy e Nick, muito mais distantes do que seus rostos e suas atitudes demonstravam. Eles eram duas ilhas inabitadas no meio do oceano. Uma ao lado da outra. E é nesse momento, que uma das ilhas some. No dia do quinto aniversário de casamento.

Os policiais entraram na residência dos Dunne achando, claramente, aquela situação absurda. Ao longo da narrativa a autora nos atualiza sobre o que a policia descobre, investiga e deduz sobre o caso do desaparecimento de Amy. Mas o mais importante de saber agora é que, o principal suspeito é Nick. E, ao invés dele me provar que era inocente, os capítulos seguiram me deixando absurdamente com o pé atrás em relação a inocência dele. Seu hábito ridículo de mentir, o faz falar coisas absurdas que jamais poderiam ser provadas por outra pessoa. E o mais importante: Nick não tem álibi para o horário do desaparecimento de Amy. Nick é o principal e único suspeito.

A narrativa é desenvolvida pelos dois, alternando-se em capítulos. Nick descreve a história a partir da manhã do aniversário de casamento, ou seja, do desaparecimento de Amy, enquanto ela narra sua história a partir de recortes do seu diário, o primeiro data de 2005 quando eles se conheceram "até os dias atuais". Outro fato importante, que acrescentará mais suspense à obra, é que Amy em todos os aniversários de casamento cria uma caça ao tesouro. Naquela manhã, os policiais encontraram a primeira pista que levaria ao presente que ela havia comprado para Nick. Cinco anos são bodas de madeira. Mas, somente Nick saberia desvendar e descobrir para onde Amy estava "apontando" quando falava docemente sobre tudo o que gostava em seu marido, sobre ele ser caloroso e ter humor. Era um jogo de piadas internas. Um jogo feito especialmente para Nick, que os deixavam cada vez mais próximos da verdade.

As pistas o levaram a vários pontos ao redor do Rio Mississipi, onde, teoricamente, seria muito fácil de esconder um corpo. Todos os indícios apontavam para Nick, todos. Cartões de crédito com compras insanas em seu nome, um seguro de vida duplicado para o caso de Amy morrer, tentativa de esconder provas que o incriminariam... e etc. Mas, quando eu estava bem próxima à verdade, ela simplesmente saltou do livro em meu colo. Tudo o que eu havia construído foi desconstruído em um folhear de página. Uma "troca de papeis" de deixar qualquer um de boca aberta. 

Ir do ódio ao amor e vice e versa, é o que acontece com o leitor desta obra. Dizer que é envolvente, que prende do início ao fim? Balela! Esse livro ultrapassou qualquer expectativa que qualquer pessoa do mundo - e do The New York Times, poderia ter. Tenho certeza disso. 

O desenrolar é surpreendente, e surgem muitos personagens fundamentais, outras histórias... é uma loucura envolvente e viciante. No entanto, o que mais me impressionou, foi a manipulação psicológica que se seguiu. Em um dado momento da história, nós percebemos o quanto o absurdo pode simplesmente ceder à lógica. Como, inacreditavelmente, a autora nos leva a compreender que os laços entre Amy e Nick ultrapassam a nossa compreensão do que é um casamento saudável. Sobre o que as pessoas são capazes de fazer por uma ideia. Sobre como codependência é um assunto sério e precisa de atenção. 

Em minha visão, pelo pouco que sei, pude sentir Amy e Nick doentes de todas as formas possíveis. Amy, uma mente que nunca para, sempre criando cenas, montando estratégias, "como uma escavação arqueológica sem fim" e Nick sempre tentando ludibriar as pessoas com seu sorriso cortês, seu furinho no queixo, suas mentiras... Eles tornaram-se dependentes um do outro de uma forma que sufocaria qualquer pessoa. Incluindo desconhecer-se caso o outro não esteja por perto. Nós podemos passar a história toda oscilando entre os amar e os detestar, mas o final, pelo menos no meu caso, eriçou os pelos do braço. Mostrou como relações complexas se sustentam por si só. Comentem se eu estiver errada, não sou nenhuma estudante do assunto... Mas, me parece que algumas pessoas conseguem criar, no sentido literal da palavra, formas de apreender uma outra pessoa, em uma teia tão bem elaborada, que até essa outra pessoa sentirá que isso o faz bem. Mesmo com todos os motivos errados. Manipulação psicológica é algo muito sério. E eu aprendi com Amy (não que eu quisesse aprender, é que... ah, gente é um livro!) que qualquer pessoa pode ser assim. Qualquer um. Você pode ser assim, eu posso ser assim... 

Esse livro é muito sinistro. Nos faz sentir medo de quem somos ou do que podemos ser quando queremos algo. Embora com histórias de vida completamente diferentes, ou não, esse livro prova aos seus leitores e leitoras, definitivamente, que nem tudo é o que parece ser. E que qualquer pessoa pode ser o que quiser ser. Inclusive, uma Garota (ou Garoto) Exemplar.

Acho completamente dispensável dizer que indico esse livro. Cabe a você decidir se consegue "suportar" o peso que essa história trás. Para mim, ele se tornou um ícone na minha estante. Adoro livros de suspense. E ele me lembrou (em uma escala absolutamente diferente) o livro Não Conte a Ninguém de Harlan Coben, com a diferença da manipulação da mente.

Já disseram por mim o quanto essa autora é genial. Mas eu vou mencionar mesmo assim: Gillian, você me deixou sem ar! Espero ansiosamente pela continuação que ela falou que poderia acontecer. Não que o final tenha ficado aberto, acho que ficou uma brechinha na porta, uma fenda. Algo que dá vontade de entrar para conhecer. Um chamamento. É, leitores e leitoras, Gillian faz isso com a nossa mente.

Vou assistir ao filme assim que possível e volto aqui para comentar com vocês. Espero que tenham gostado, e por favor, por favor, por favor, comentem se já tiverem lido esse mundo que é Garota Exemplar, eu estou com aquela ânsia de querer conversar até com as árvores sobre esse livro.

Com carinho - e com a mente manipulada (rsrs),

Natasha.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Meu Eu Lírico: Ausência de Você.

Caros(as), esta noite meu eu lírico falou além de mim e hoje vou postar minha primeira crônica lírica no Blog. Para se sentir inspirado e criar, precisamos de muito mais que apenas a nossa vivência, algo na vida do outro pode virar poesia em nossa fala. Dessa forma, espero que gostem, e espero que compreendam que:

A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais.
Voltaire


Ausência de Você

Sabe amor, lembro-me de todas as vezes que, de olhos inchados e semiabertos busquei você. De todas as vezes que acordei com uma mensagem de bom dia ou alguma safadeza sua, dizendo-me o quanto a noite fora longa fora do seu lado em minha cama.

Sabe amor, incontáveis as vezes que deixei meu lado sentimental aflorar e te buscar no meio da noite, enquanto meu coração percorria a trilha da saudade que seu toque deixou em mim.

Tantas vezes te desejei no calor do meu íntimo e faltaram-me palavras para descrevê-lo para ti. Tantas outras vezes seu desejo preencheu o vazio da sua presença e me fez sorrir com as bochechas avermelhadas um dia inteiro.

Ofegar. Te sentir. Te seduzir. Me deixar conduzir. Nosso verso é único em meio a toda a prosa que há no mundo. Mas te tenho tão distante que duvido que não duvidas da sobrevivência do nosso encanto. No entanto, sei e igualmente sabes, que não nos mantemos distantes por escolha. E por isso, busco diariamente algo para por a culpa. A culpa pela ausência da sua pele quente, que sempre me deu arrepios.

Para não mencionar o seu beijo, completando-se em meus lábios, envolvendo a minha língua e fazendo-me sentir um estado de constante euforia. Enquanto uma de suas mãos sempre percorria meu corpo fazendo-me submissa de todos os sentidos despertados, a outra prendia meu cabelo, mantendo-me imóvel, incapaz de libertar-me da sua sede.

Te quero tanto, que por diversas vezes só gostaria de poder dizer: vem, fica comigo. Vem como está, despido de incertezas, movido apenas pela saudade e pela paixão que o teu coração plantou no meu. Vem me inundar, me afundar, me ressurgir... Vem! Segue teu instinto, teu caminho, tua confusão. Deita do meu lado e me deixa te olhar sem contar os segundos, sem temer o fim, sem ter que me impor atitudes sociais aceitáveis... Vem! Vem ser como você é e me ter como eu sou. Vem sem amarras. Vem sem medo, vem por inteiro.

Contudo, não poderia deixar de mencionar, que apesar de todos os impasses esse romance virtual me faz querer-te mais vezes do que eu poderia contar. De certa forma, essa dança me conduz a mais uma noite distante do teu cheiro, quando meu corpo te espera perto, e sua mente me procura, eu sei, nos lugares mais encantadores. Criando palcos onde apenas eu e você iremos brilhar, para não dizer nos amar, com toda a ansiedade que os quilômetros nos fazem sentir.